segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O Mundo Negro de Penélope

O Mundo Negro de Penélope
Sai, sai daqui, não me toque. Quem é você? As lágrimas escorrem pela face e a jovem se desespera. As correntes ferem seus pulsos causando profundos ferimentos. Fraca e com os lábios descorados, grita novamente por socorro com uma voz triste e insegura:
— Socorro, Socorro, tira-me daqui! O que fiz para estar aqui? Meu corpo está gelado mas o meu coração ainda está quente, estou há duzentos anos presa neste mundo pequeno e escuro. Não consigo mover o meu corpo, não há espaço e nem luz. Não consigo abrir os meus olhos — o silêncio cessou por alguns minutos, mas o medo voltou. Ela sussurra: não, não, não me toque, por que voltou aqui?
Aos poucos sua voz vai se esvaindo. Vozes tenebrosas voltam a invadir sua mente deixando-a cada vez mais insegura e perturbada. Horas lastimáveis que pareciam não ter fim.
Mais tarde:
Penélope acorda assustada, imaginara ter se livrado do terrível pesadelo. Sonolenta e com dificuldade se levanta e vai de encontro ao banheiro e, ao adentrar-se, dá de cara com sua imagem no espelho, e numa cena surreal, se vê pálida e envelhecida como uma morta-viva, numa roupa negra que não é sua, restando-lhe apenas acreditar na veracidade do terrível pesadelo. Em prantos e desnorteada, o chão é seu único consolo.

Por Elenir Alves

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